Petróleo, identidade e nação

Este artigo busca compreender por que o governo de Juan Domingo Perón optou por um contrato de grandes dimensões com a Standard Oil of Califórnia para a exploração de dezenas de campos petrolíferos na Argentina meridional. Reconhecendo o caráter contraditório desse movimento brusco, haja vista a retórica populista e nacionalista do presidente, buscam-se enfatizar os constrangimentos impostos pela estrutura social, política e econômica do país, inclusive a forma como se dava sua inserção no sistema internacional. Como nossos principais resultados, após consulta a fontes primárias e secundárias, identificou-se que vulnerabilidades em áreas estratégicas e pressões de setores anti-nacionalistas das Forças Armadas, em conjunto com a natureza incipiente e frágil do movimento sindical na indústria petroleira, corresponderam às principais determinantes sociais e políticas a pressionarem por um desvio do nacionalismo energético. Ademais, o contexto da inserção argentina na economia global provou ser, igualmente, um importante fator para o maior papel desempenhado pelo capital privado no setor energético do país. Em particular, pode-se atribuir tal cenário a constrições de ordem externa provocadas pelo legado de um modelo econômico agroexportador assim como à delicada situação da YPF no que concerne a custos operacionais, produtividade e desenvolvimento tecnológico.

​Este artigo busca compreender por que o governo de Juan Domingo Perón optou por um contrato de grandes dimensões com a Standard Oil of Califórnia para a exploração de dezenas de campos petrolíferos na Argentina meridional. Reconhecendo o caráter contraditório desse movimento brusco, haja vista a retórica populista e nacionalista do presidente, buscam-se enfatizar os constrangimentos impostos pela estrutura social, política e econômica do país, inclusive a forma como se dava sua inserção no sistema internacional. Como nossos principais resultados, após consulta a fontes primárias e secundárias, identificou-se que vulnerabilidades em áreas estratégicas e pressões de setores anti-nacionalistas das Forças Armadas, em conjunto com a natureza incipiente e frágil do movimento sindical na indústria petroleira, corresponderam às principais determinantes sociais e políticas a pressionarem por um desvio do nacionalismo energético. Ademais, o contexto da inserção argentina na economia global provou ser, igualmente, um importante fator para o maior papel desempenhado pelo capital privado no setor energético do país. Em particular, pode-se atribuir tal cenário a constrições de ordem externa provocadas pelo legado de um modelo econômico agroexportador assim como à delicada situação da YPF no que concerne a custos operacionais, produtividade e desenvolvimento tecnológico. Read More

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