Dietética como exercício interseccional da sensibilidade

Este ensaio se dedica a problematizar a prática docente e profissional em Dietética, a partir da experiência construída na última década no curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. A neutralidade e o caráter regulatório desta disciplina são questionados, a fim de repensá-la a partir de um prisma interseccional para uma análise aprofundada das opressões que atravessam as práticas alimentares e para o reconhecimento da alteridade e da diversidade. Como via possível para a Dietética, é instigado o exercício interseccional da sensibilidade no fazer profissional, que admite o comer (e o incorporar) e dá ouvidos e centralidade a histórias, relações e contextos das pessoas, a fim de fundamentar a produção do cuidado alimentar e nutricional. São elencadas necessárias discussões sobre intervir e influir; relações entre alimentações, gêneros e sexualidades; atravessamentos entre racismo, saúde e práticas alimentares e culinárias; impactos da classe social nas facetas subjetivas e objetivas da alimentação; e as confluentes e contraditórias narrativas que atravessam o comer nos tempos atuais. O ensaio também apresenta materiais didáticos complementares. Com estas reflexões sobre o ensino e a atuação em nutrição, espera-se abrir caminhos para implicar a Dietética e a práxis da/o nutricionista.

​Este ensaio se dedica a problematizar a prática docente e profissional em Dietética, a partir da experiência construída na última década no curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. A neutralidade e o caráter regulatório desta disciplina são questionados, a fim de repensá-la a partir de um prisma interseccional para uma análise aprofundada das opressões que atravessam as práticas alimentares e para o reconhecimento da alteridade e da diversidade. Como via possível para a Dietética, é instigado o exercício interseccional da sensibilidade no fazer profissional, que admite o comer (e o incorporar) e dá ouvidos e centralidade a histórias, relações e contextos das pessoas, a fim de fundamentar a produção do cuidado alimentar e nutricional. São elencadas necessárias discussões sobre intervir e influir; relações entre alimentações, gêneros e sexualidades; atravessamentos entre racismo, saúde e práticas alimentares e culinárias; impactos da classe social nas facetas subjetivas e objetivas da alimentação; e as confluentes e contraditórias narrativas que atravessam o comer nos tempos atuais. O ensaio também apresenta materiais didáticos complementares. Com estas reflexões sobre o ensino e a atuação em nutrição, espera-se abrir caminhos para implicar a Dietética e a práxis da/o nutricionista. Read More

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